Todo conjunto móvel depende de lubrificação afim de reduzir
os atritos e arrefecer as superfícies dos materias.
Esta afirmativa é uma incontestável verdade da mecânica.
Todavia para aplicação de um fluido lubrificante deve ser considerado algumas características
do óleo a ser empregado.
Para fim de classificação dos lubrificantes foram
instituidas algumas organizações que classificam os fluidos. Estas
classificações são estampadas nas embalagens dos lubrificantes, dando assim a
entender o tipo e aplicação de cada fluido. Vejamos alguns exemplos:
SAE: Society of Automotive Engineers(Sociedade
Americana de Automotores). A classificação SAE se reporta unicamente a
capacidade de viscosidade de cada óleo.
Viscosidade pode ser definido como resistência ao
escoamento. Ou seja, quanto maior o tempo de demora de um óleo para escoar mais
viscoso ele é.
Dentro da classificação SAE há uma característica principal
a ser considerada. O comportamento do fluido em relação a temperatura.Se um
óleo se comporta de modo variado em relação a diferentetes faixas de
temperaturas este é um óleo multiviscoso. Se ele mantém a sua faixa de
viscosidade independente da temperatura ele é um óleo monoviscoso.
Pondo de forma bem prática em um óleo multiviscoso
15w40 o primeiro número(15w) indica a viscosidade do óleo no frio ou motor
parado(w, indica winter = inverno). Quanto menor esse número mais facilidade o
óleo terá de vencer a inercia do motor e garantir uma lubrificação mais rápida.
Em contra partida se ao atingir a temperatura de trabalho o
óleo manter esses valores de viscosidade o motor perderá em lubrificação pois a
velocidade e temperatura de trabalho do motor demandam um óleo com
características diferentes. Por isso estes óleos multiviscosos atendem uma
faixa bem ampla de temperturas.
API: American Petroleum Institute (Instituto Americano de
Petróleo)
Se o SAE é classificação do óleo quanto a sua viscosidade, a
API é a classificação a qualidade de acordo com a aditivação.
O desempenho do fluido lubrificante é segundo a sua
classificação API.
Para efetuar a classificação é primeiro determinado o tipo
de motor a combustão interna que será empregado o óleo. Se for um motor a
diesel(que é o nosso foco neste blog) a sigla API será seguida da letra
"c" que indica compression(compressão em inglês).
A classificação API não determina só o tipo de motor, mas
também sua utilização de acordo com a necessidade de cada motor á diesel.
Com o avanço tecnológico dos motores os fabricantes de
lubrificantes atualizam seus óleos com aditivações diferentes garantindo um
fluido que atenda a necessidade de cada motor. Este melhoramento do
lubrificante de acordo com sua aditivação é representado pela letra seguinte ao
"c" na classificação API, por exemplo: CF, CH.
A aditivação do lubrificante é muito importante pois podem
garantir a limpeza, amplitude de viscosidade, controle da produção de espuma,
anticongelamento, evitar a oxidação e por consequência evitar a corrosão.
Outras informações sobre lubricação:
Existem diversos tipos de lubricação, São eles: sistema
de circulação sob pressão, sistema por salpico e sistema de circulação e
salpico.
O tipo de lubrificação empregado é de acordo com a necessidade. Em um motor a diesel 4 tempos cheio de galerias, ranhuras, canaletas e que trabalhe com uma faixa de giro diversa faz-se necessário o emprego de um sistema de lubrificação sob pressão com uma bomba de óleo de engrenagens.
As funções do óleo de motor não se restringem simplesmente a tarefa de garantir o deslocamento suave do êmbolo e evitar atrito. Basta observar um pistão dentro do cilindro. Se considerarmos que o pistão atinge temperaturas de trabalho altissímas, principalmente em sua cabeça, podemos ver que o lubrificante que está numa temperatura inferior, devido ao intercambiador(radiador de óleo) serve de assistente no arrefecimento do pistão, seja pelos jet's oil(injetores de óleo) ou pelo próprio óleo preso as paredes nos brunimentos(ranhuras de 120°que direcionam o óleo na sua lubrificação). Isso conclui que o óleo garantirá não só a vida útil do material por criar uma película protetora, mas também evitará o engripamento do pistão a parede do cilindro por arrefecer o pistão no seu interior pelos jet's e nas sua saia(laterais do pistão). Todavia isso só funcionará se o sistema convencional de arrefecimento estiver em pleno funcionamento.
Outra função do lubrificante(ainda falando do pistão em deslocamento dentro do cilindro) é a de vedação entre os anéis do pistão e a parede do cilindro.
Os anéis de segmento tem a sua dilatação natural, mas esta dilatação não pode ser igual ao diâmetro interno do cilindro pois haveria engripamento do pistão. Nesse intervalo(espaço muito pequeno) o lubrificante veda as paredes do cilindro afim de que a compressão não escape para a parte inferior do motor. Entretanto este óleo não pode subir para o interior da câmara de combustão por isso o anel trabalha raspando o anel das paredes do cilindro. Por isso a folga de trabalho de óleo e a dilatação do anel deve ser milimetricamente precisa.
O lubrificante ainda possue outras finalidades secundárias como a de redução de ruídos e a de limpeza do motor, amortecimento de impacto e outras mais.
É fundamental a lubrificação do conjunto. Se considerarmos que no momento da partida as partes superiores do motor estão praticamente secas e a marcha lenta convencional de motor a diesel de caminhão é de 700rpm nos podemos calcular que: a cada um minuto o motor da 700 giros, ou seja 700(giros) divididos por 60(segundos) é igual a 11,666; ou seja, a cada segundo o motor da 11,666 voltas (na marcha lenta). Se um óleo demorar 9 segundos para atingir as partes superiores do motor, este motor terá dado 105 voltas sem uma lubrificação adequada. Isto é bem mais grave se nós nos repotarmos a um turbocompressor que gira no mínimo 4 vezes mais que o motor.
A suma disso é que a lubrificação deve ser feita por um óleo adequado segundo a classificação SAE(viscosidades) e a classificação API(tipo de motor e aditivação). Sempre respeitando a vida útil do lubrificante dentro do motor e suas condições de uso.
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